27
set

27/09 | sáb | 20h: música erudita contemporânea: O piano na Grande Guerra, com Ronaldo Rolim

  • 20:00

100 anos depois – a música da grande guerra

este mês, a cpfl cultura nos convida a ouvir os torturados sons produzidos por quatro compositores do leste europeu e da rússia que viveram e criaram durante a grande guerra. medo, insegurança, sonhos, delírios, fugas e exílios interiores – sensações que transparecem nestas obras capitais de um século atrás.

na hungria, béla bartók, 33 anos, foi obrigado a reduzir o universo geográfico de suas pesquisas folclóricas às aldeias remotas da transilvânia e da romênia a partir da eclosão da primeira guerra mundial, a que ficou conhecida como a grande guerra.

em praga, o compositor leos janácek, 60 anos, mudou radicalmente sua vida afetiva e criativa: separou-se da mulher e assumiu um caso avassalador com kamila stosslová no período de guerra (ela serviu-lhe de musa inspiradora de uma incrível sequência de grandes criações musicais, até sua morte em 1928).

em varsóvia, karol szymanowski, 31 anos, não foi convocado para o exército polonês em 1914 por doença. permaneceu até 1918 vivendo como um ermitão: passou muita necessidade financeira, mas jamais deixou de compor.

na rússia, aleksander scriabin, 42 anos, vivia seus sonhos teosóficos e musicais místicos, tentando capturar o mistério do universo. imaginou até uma obra multimídia a estrear nas geladas montanhas do himalaia. passou o verão de 1914 no campo. lá compôs suas últimas obras, já em plena grande guerra.

27/09 | sáb | 20h

O piano na Grande Guerra

Ronaldo Rolim | piano

O piano da Grande Guerra é dilacerado, feito de fragmentos, provocações, e também de confissões íntimas. É o caso de “Na Névoa”, quatro cápsulas que contêm gemas personalíssimas, uma espécie de diário íntimo de um período difícil da vida do checo Leos Janácek, entre 1911 e 1912. Mas também tem lugar para a leveza do pianismo brilhante do húngaro Bela Bartók na Suíte escrita em 1916.

O ciclo “Métopes” do polonês Karol Szymanowski foi escrito sob o impacto da descoberta do último Scriabin, de Debussy e do Stravinsky de Petruchka. Uma viagem à Sicília, na Itália em 1911, completou seu perfil criativo, que transparece neste ciclo impressionista de 1915, de  pianismo refinado, descrito como “cheio de faíscas de água e fogo, arabescos quebrados”.

Mas o piano da Grande Guerra também envolveu muito misticismo quando se pensa no russo Aleksander Scriabin. Ele morreu em 1915, o segundo ano da Guerra: os prelúdios, Vers la flamme, uma de suas mais conhecidas peças pianísticas, e as Duas Danças, foram todos escritos em 1914. Não é coincidência, quem sabe, que em seu derradeiro opus 74, o último dos cinco prelúdios leve o título “orgulhoso, belicoso”.

Programa

.Leos Janácek (1854-1928)

Nas Brumas (1912)

– Andante

– Molto adagio

– Andantino

– Presto

.Bela Bartók (1881-1945)

         Suíte para Piano, Op.14 (1916)

– Allegretto

– Scherzo

– Allegro molto

– Sostenuto

.Karol Szymanowski (1881-1937)

Métopes, Op.29  (1915)

– L’Île des Sirènes

– Calypso

– Nausicaa

.Aleksander Scriabin (1872-1915)

Cinco Prelúdios, Op.74 (1914)

– Douloureux, déchirant

– Très lent, contemplatif

– Allegro dramatico

– Lent, vague, indecis

– Fier, belliqueux

           Duas Danças, Op.73  (1914)

– Guirlandes

– Flammes sombres

           Vers la flamme, Op.72 (1914)

local: auditório umuarama | cpfl cultura (rua jorge figueiredo corrêa, 1632, chácara primavera, campinas – sp);
data: 27/09/2014
horário: 20h;
capacidade: auditório umuarama: 162 lugares;
classificação etária: 14 anos;
entrada gratuita, por ordem de chegada, a partir das 19h. vagas limitadas;
informações: (19) 3756-8000 ou em www.cpflcultura.com.br;