17
mar
até
23
mar

cine doc cpfl cultura | mostra coutinho essencial – programação completa

  • 19:00

MOSTRA “COUTINHO ESSENCIAL”

Eduardo Coutinho (1933-2014) foi um dos mais originais e marcantes artistas a dedicar-se ao cinema no Brasil. Para sorte do documentário, abraçou o gênero, tornando-se o maior documentarista nacional e um dos maiores do mundo. Estreante no cinema pela ficção, como contemporâneo da geração do Cinema Novo, tornou-se documentarista apenas na segunda década de carreira, a partir de sua experiência nos anos 1970 com a primeira fase do Globo Repórter (Theodorico, O Imperador do Sertão). Com “Cabra Marcado Para Morrer” (1984), fez ao mesmo tempo o principal filme sobre o impacto trágico do golpe militar de 1964 e modernizou o longa documental brasileiro.  A partir do final dos anos 1990, Coutinho voltou a renovar-se e a renovar esta produção com seu “cinema de conversa” (Edifício Master; O Fim e o Princípio). No século 21, continuou a reinventar-se e surpreender-nos (Jogo de Cena; As Canções). A falta que já nos faz é imensa e irreparável. Esta mostra especial objetiva assim a um só tempo celebrá-lo -e compreender o impacto de sua obra essencial.

Amir Labaki

17/03 | seg | 19h
“Cabra Marcado para Morrer”
1984, 119 min, 14 anos

Início da década de 60. Um líder camponês, João Pedro Teixeira, é assassinado por ordem dos latifundiários do Nordeste. As filmagens de sua vida, interpretada pelos própios camponeses, foram interrompidas pelo golpe militar de 1964. Dezessete anos depois, o diretor retoma o projeto e procura a viúva Elizabeth Teixeira e seus dez filhos, espalhados pela onda de repressão que seguiu ao episódio do assassinato. O tema principal do filme passa a ser a trajetória de cada um dos personagens que, por meio de lembranças e imagens do passado, evocam o drama de uma família de camponeses durante os longos anos do regime militar.

18/03 | ter | 19h
“Theodorico, O Imperador do Sertão”
1978, 48 min, 14 anos

 (DEVIDO À QUESTÕES TÉCNICAS, NÃO HAVERÁ EXIBIÇÃO DE “THEODORICO” NA MOSTRA, PORTANTO O DOCUMENTÁRIO “BOCA DO LIXO” SERÁ EXIBIDO ÀS 19H E ÀS 20H)

Originalmente mostrado pelo programa Globo Repórter, da TV Globo. O documentário conta a história de Theodorico Bezerra, latifundiário no Rio Grande do Norte que era tratado com o título de imperador do sertão. O documentário retrata o poder dos coronéis do Semiárido brasileiro na vida das comunidades sob seu controle. A exibição do filme no período da ditadura militar também significou um protesto subliminar ao regime de exceção, retratado de modo imaginário na figura do imperador do sertão.

18/03 | ter | 19h e 20h
“Boca do Lixo”
1992, 48 min, 12 anos

O cenário, à primeira vista, pode chocar: um ponto de escoamento de lixo em São Gonçalo, município do Rio de Janeiro. Seringas usadas, comida em estado de decomposição, um estado de miséria absoluta. Pessoas selecionam objetos e comida que possam ser reaproveitados; o que foi rejeitado por uma pessoa serve como fator de sobrevivência para esta. O cenário desalentador não exprime o estado de espírito dos catadores. Há um conjunto de integridade e valores que superam todo aquele estado, e a câmera de Coutinho é a responsável por essa aproximação. Alguns negam que comem coisas do lixo (mesmo que a câmera os desminta), outros afirmam com orgulho; uns estão ali por falta de oportunidade, outros por opção: “(…) é melhor do que ter patrão (…)”. O filme se desvincula da pretensão de registrar um contexto adverso aos padrões de uma sociedade respeitadora dos direitos dos seus cidadãos e arranca dela contradições e ambigüidades, que por sua vez, são capazes de redimensioná-la e reinventá-la.

19/03 | qua | 19h
“Edifício Master”
1992, 110 min, 12 anos

Durante sete dias, uma equipe de cinema filmou o cotidiano dos moradores do Edifício Master, situado em Copacabana, a um quarteirão da praia. O prédio tem 12 andares e 23 apartamentos por andar. Ao todo são 276 apartamentos conjugados, onde moram cerca de 500 pessoas. Eduardo Coutinho e sua equipe entrevistaram 37 moradores e conseguiram extrair histórias íntimas e reveladoras de suas vidas.

20/03 | qui | 19h – 20h
“O Fim e o Princípio”
1992, 48 min, 12 anos

Sem pesquisa prévia, sem personagens, locações nem temas definidos, Eduardo Coutinho e sua  equipe de cinema chega ao sertão da Paraíba em busca de pessoas que tenham histórias para contar. No município de São João do Rio do Peixe a equipe descobre o Sítio Araçás, uma comunidade rural onde vivem 86 famílias, a maioria ligada por laços de parentesco. Graças à mediação de uma jovem de Araçás, os moradores – na maioria idosos – contam sua vida, marcada pelo catolicismo popular, pela hierarquia, pelo senso de família e de honra.

21/03 | sex | 19h
“Jogo de Cena”
2007, 105 min, 12 anos

Atendendo a um anúncio de jornal, oitenta e três mulheres contaram suas histórias de vida num estúdio. Em junho de 2006, vinte e três delas foram selecionadas e filmadas no Teatro Glauce Rocha. Em setembro do mesmo ano, atrizes interpretaram, a seu modo, as histórias contadas pelas personagens escolhidas. O que está em discussão é o caráter da representação. Neste filme, o jogo a ser jogado inclui pelo menos três camadas de representação: primeiro, personagens reais falam de sua própria vida; segundo, estas personagens se tornam modelos a desafiar atrizes; e, por fim, algumas atrizes jogam o jogo de falar de sua vida real.

22/03 | sab | 18h
“As Canções”
2011, 90 min, livre

Documentário que se interessa profundamente em ouvir seus personagens. Nele, os entrevistados cantam músicas que marcaram sua trajetória de alguma forma e explicam por que aquelas se transformaram nas canções de suas vidas.

22/03 | sab | 20h
“Cabra Marcado para Morrer”
1984, 119 min, 14 anos

Início da década de 60. Um líder camponês, João Pedro Teixeira, é assassinado por ordem dos latifundiários do Nordeste. As filmagens de sua vida, interpretada pelos própios camponeses, foram interrompidas pelo golpe militar de 1964. Dezessete anos depois, o diretor retoma o projeto e procura a viúva Elizabeth Teixeira e seus dez filhos, espalhados pela onda de repressão que seguiu ao episódio do assassinato. O tema principal do filme passa a ser a trajetória de cada um dos personagens que, por meio de lembranças e imagens do passado, evocam o drama de uma família de camponeses durante os longos anos do regime militar.

23/03 | dom | 18h
“Edifício Master”
1992, 110 min, 12 anos

Durante sete dias, uma equipe de cinema filmou o cotidiano dos moradores do Edifício Master, situado em Copacabana, a um quarteirão da praia. O prédio tem 12 andares e 23 apartamentos por andar. Ao todo são 276 apartamentos conjugados, onde moram cerca de 500 pessoas. Eduardo Coutinho e sua equipe entrevistaram 37 moradores e conseguiram extrair histórias íntimas e reveladoras de suas vidas.

23/03 | dom | 20h
“Jogo de Cena”
2007, 105 min, 12 anos

Atendendo a um anúncio de jornal, oitenta e três mulheres contaram suas histórias de vida num estúdio. Em junho de 2006, vinte e três delas foram selecionadas e filmadas no Teatro Glauce Rocha. Em setembro do mesmo ano, atrizes interpretaram, a seu modo, as histórias contadas pelas personagens escolhidas. O que está em discussão é o caráter da representação. Neste filme, o jogo a ser jogado inclui pelo menos três camadas de representação: primeiro, personagens reais falam de sua própria vida; segundo, estas personagens se tornam modelos a desafiar atrizes; e, por fim, algumas atrizes jogam o jogo de falar de sua vida real.

Curadoria: Amir Labaki
Local: Auditório Umuarama
Datas: segunda a domingo (17 a 23 março)
Capacidade: 162 lugares
Classificação Etária: indicação de cada filmes
Entrada : Entrada gratuita, por ordem de chegada, uma hora antes de cada sessão
Informações: Instituto CPFL: (19) 3756-8000 ou em www.cpflcultura.com.br;