14 vídeos

encontros e perdas e reencontros

com curadoria de renato janine ribeiro.

algumas das principais questões do nosso tempo: o amor, o sexo, os excessos, as maneiras de criar ou recriar vínculos entre nós foram temas desenvolvidos por alguns dos mais importantes estudiosos brasileiros do comportamento e das relações humanas – psicanalistas, historiadores, sociólogos, filósofos – nesta série do café filosófico. de forma interativa, foi debatido o funcionamento das relações sociais mais próximas a cada um de nós (as microrrelações), visando entender melhor as grandes relações sociais (as macrorrelações). foram pensadas a política e a sociedade, mais a partir das experiências mais próximas de nós.

gravado no segundo semestre de 2003.

serie (14): encontros e perdas e reencontros

  • versão para tv | colocar o afeto na politica, com renato janine ribeiro

    nesta palestra renato janine ribeiro ilustra a boa e a má política. para designar a boa política comenta quatro termos: democracia, república, socialismo e liberalismo. para a má política o racismo e o totalitarismo. fazendo um resgate do afeto na política, traz fatos históricos do oriente citando o barão de montesquieu em seus livros cartas persas e o espírito das leis. neste contexto a sedução vai desempenhar um papel político muito importante. o ocidente afirma que aqui não há capricho no governo. o governo ocidental segue as leis. o ocidente, no momento que decide ter uma política imparcial segundo o primado da lei, segundo o império dos direitos, deporta o afeto político para o oriente, e exclui o afeto da política. Isto vai deixar na política ocidental um déficit, uma dívida muito grande, pois como constata renato janine ribeiro em sua linha de pensamento, nós não somos objetivos e imparciais, mas sim seres subjetivos e parciais.
  • versão para tv | ser companheiro em tempos de crise, com paulo gaudêncio

    paulo gaudêncio fala da importância de encontrarmos o equilíbrio no relacionamento amoroso, uma vez que todo ser humano entra em crise o que ele coloca como saudável. para ele, o que causa o desamor é a falta de diálogo e o segredo é aprender a ouvir o que o outro diz como depoimento, não como acusação. fala do conceito de simbiose para explicar que as escolhas afetivas são complementares, que o outro representa uma parte de mim que está reprimida, e aborda a terapia de casal, focal e breve, explicando o seu método de trabalho.
  • versão para tv | tristeza, com márcia tiburi

    este café filosófico tem como tema a tristeza. a tristeza enquanto afeto tem uma história e márcia tiburi toca no núcleo atemporal desta questão. estamos sempre submetidos ao presente e à impossibilidade de retornar a este presente. não tocamos nem no passado, nem no futuro e ao mesmo tempo não podemos tocar nem mesmo no próprio presente. sempre submetidos à sensação de finitude, a experiência da dor aparece como caráter efêmero e passageiro da existência. ficar triste neste contexto é justamente se deparar com a dor de morrer e de morrer a conta gotas, a cada momento, a cada instante. esse sentimento está sempre acompanhado do luto e da melancolia e no momento da nossa época, com a depressão. é necessário aprender para tornar a tristeza algo mais suportável, mas isso depende de uma compreensão histórica e cultural. é o que ela faz ao percorrer este sentimento iluminando grandes filósofos e pensadores da história e provocando uma profunda reflexão quando diz que estamos vivendo o tempo de agora, uma verdade e uma beleza deste instante.
  • versão para tv | drogas, com maria rita kehl

    as drogas são formas de denúncia e problematização das relações. maria rita kehl discute as drogas do ponto de vista da adição. por que algumas pessoas conseguem manter um equilíbrio diante da realidade, enfrentando as coisas como elas são, e para outras pessoas a realidade é tão insuportável, a ponto de não conseguirem viver sem ajuda de algum aditivo? por que alguns se viciam? onde fica a subjetividade de um sujeito drogado? por que a cura pela abstinência não funciona?
  • versão para tv | a pornografia, com eliane robert moraes

    eliane robert moraes fala sobre a representação erótica no âmbito da literatura e do ponto de vista histórico, abordando a distinção feita pelo senso comum entre erotismo e pornografia. a idéia de que o erotismo seria aquilo que é velado em contraposição à pornografia, está na base de um apelo moral que também varia a cada época. a difusão da pornografia no último século ocorre com a consolidação, de um lado, de um comércio de repertório considerado obsceno e, de outro, de novas representações do sexo como arte erótica. para ela, a pornografia revela uma forma de conhecimento que supõe um aprendizado e uma possibilidade transformadora.
  • versão para tv | o bem comum e a vida privada, com newton bignotto

    nessa palestra newton bignotto trata de um dilema que está plenamente ancorado no século 21: o bem comum relacionado a uma ação política, ou seja, o desejo de fazer alguma coisa em prol do país e do meio em que vivemos. o outro lado, a vida privada e a tentação do refúgio contra o mundo, uma ação de inflexão em relação á intimidade. o eu e o nós – como essa balança, durante grande parte da história, pendeu para lado do ‘nós’. mas uma das marcas do século 21 é o individualismo como fruto da modernidade, e uma das peculiaridades do nosso tempo é a inversão desse paradigma, pendendo a balança para o pólo ‘eu’. para newton bignotto, esta balança determina a forma que nos portamos em sociedade e a constituição da identidade. para elucidar esta questão, traz a tona idéias deixadas pelo filósofo rené descartes. onde está a resposta para a existência?
  • versão para tv | um elogio do excesso, com jorge forbes

    na palestra o psicanalista e médico psiquiatra jorge forbes explica como é que se cria a ponte entre o indivíduo e o mundo, fazendo uma análise dos padrões de comportamento da sociedade. segundo ele, 'o mundo é uma coisa que a gente interpreta'. conhecer o posicionamento das pessoas é um passo muito importante para suas escolhas afetivas e profissionais, assim como também é muito importante saber optar, pois o estresse é causado justamente pela incapacidade de se fazer escolhas. aqueles que são menos covardes para enfrentar os momentos conseguem mais facilmente chegar a soluções para seus problemas.
  • versão para tv | sexualidade, com flávio gikovate

    flávio gikovate analisa que na cultura ocidental, o sexo sempre esteve associado à agressividade, ao jogo de poder, à competição, ao consumismo e à guerra dos sexos - e não ao amor. para gikovate, a raiva puxa o desejo e está presente nas escolhas afetivas. seu livro a libertação sexual fundamenta-se na ideia de que esta associação precisa ser desfeita em dois fenômenos distintos. para ele, amor é uma sensação de paz e aconchego que se experimenta com o outro e sexo é uma sensação física de excitação que pode se experimentar sozinho.
  • versão para tv | comer demais, com paulo gaudêncio

    paulo gaudêncio fala sobre comer demais e de outros excessos que cometemos, como resultado de fatores físicos, psicossomáticos, emocionais. explica que o ser humano tem conflitos, mas faz escolhas buscando a satisfação. o que está em foco nesta palestra é a forma de lidar com nossas emoções básicas, como a angústia e a ansiedade, que podem resultar em frustração e busca de compensação. gaudêncio nos mostra a diferença entre ser maduro e imaturo e nos ensina que aquele que melhor souber lidar com suas emoções, mais chances terá de ser feliz.
  • versão para tv | a paixão vista pelo sedutor: don juan, com renato janine ribeiro

    nessa palestra renato janine ribeiro esclarece todo o conto de don juan e faz referência ao livro o vermelho e o negro, de stendhal, trazendo a ideia de único amor. don juan é um personagem literário tematizado pela primeira vez na peça 'convidado de pedra' escrita pelo dramaturgo espanhol tirso de molina, por volta de 1630. há duas questões importantes que caracterizam don juan - de um lado é um conquistador, que não se apaixona por ninguém e não cria vínculos; por outro ele é alguém que desafia deus (desafia a salvação eterna) e nunca se arrepende do que faz. para os autores que tematizaram don juan no século 17 e 18 este fato é tão importante quanto o primeiro, e o que leva don juan a ir para o inferno é que ele não se arrepende. esta imagem de don juan mudou totalmente, sendo visto atualmente como conquistador em série. para nós o amor hoje é algo que podemos ter com toda voracidade, intensidade e ainda pode ter começo, meio e fim. isto torna muito menos trágica a figura de don juan numa sociedade que celebra a paixão sucessiva, mas não simultânea.
  • versão para tv | democratizar o amor e a amizade 1, com márcia tiburi

    márcia tiburi desenvolve o tema sob aspectos filosóficos e históricos, para levantar uma reflexão sobre um conceito democrático dos afetos. partindo da premissa que o amor, a amizade e a democracia são desejos que o indivíduo pretende colocar em prática e que são conceitos inventados e recriados a cada tempo, márcia traça um panorama histórico do conceito democracia, desde a antiga grécia, passando pela idade média e séculos 18 e 19. nesse percurso faz referência a platão, que prioriza o amor (eros) e a aristóteles, que prioriza a amizade (philia).

sobre o cpfl play

aqui você encontrará toda a coleção de vídeos produzida em encontros do instituto cpfl desde 2003. são milhares de horas com os maiores pensadores brasileiros, artistas, convidados internacionais. todo o acesso é gratuito, e o acervo está organizado por temas, coleções, séries, palestrantes, para que você possa navegar pelo conhecimento contemporâneo da melhor maneira possível. bom proveito!