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mitos: o que esperar dos nossos ancestrais?

com curadoria de antônio medina rodrigues.

os mitos são uma ferramenta para a crise do presente, não outra coisa. O verso de Pessoa (“O mito é o nada que é tudo”) em que os contrários se salvam quando unidos, porém distintos, e mostra que devemos encarar nosso reverso para vivermos com ele. Assim, o mito será como a fusão (que sempre somos!) entre uma natureza e um espírito, onde cada um transpõe o além-limite do outro e nele pousa. E seremos enfim uma coisa e outra. isso abre alas para Sócrates, e sua frase conhece-te a ti mesmo a fim que suplantemos a vaidade e o orgulho de sermos o que somos. feito isto, será hora da pergunta: como ter ética? ora, sabendo se somos bons ou não, e sem que interferência de nós em nós mesmos, sem que os interesses, sem que as regras de fora nos regulem como sempre. tenho que ser absolutamente livre de tudo isso. absolutamente bom. ser um pouco só é atraso de vida. um pouco só é bobagem. é verdade que podemos despencar no mal, nascer no mal. mas, se um pouco de bem nunca falta (não há mal absoluto), e se o mito aguarda tudo, e o tudo aguarda o mito, então é só pular para o outro lado, e daquele para este, a cavaleiro sempre do que for, casado ao tempo com olhos bem abertos.

gravado em novembro de 2009.

serie (1): mitos: o que esperar dos nossos ancestrais?

  • versão para tv | o mito da raça: em busca da pureza, com demétrio magnoli

    no começo, raça era apenas nação: um grupo humano que percorre a sua própria trajetória no firmamento do tempo. o mito contemporâneo da raça configurou-se há apenas dois séculos, com o “racismo científico”. o seu paradigma é a busca da pureza, sob pretexto de estar buscando a célula primeira: ele opera pela separação dos corpos e das descendências. incorporado ao mundo da política, serviu para a perpetuação de privilégios e hoje, fantasiado de multiculturalismo, é ferramenta para a delimitação de clientelas eleitorais.

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